domingo, 23 de outubro de 2016

Eu era o cometa; tu eras o planeta.



     Para florescer, tem que ter um começo. Tem que nascer de algo, tem que começar por algum lado. É difícil sair da inércia que nos cerca como muros de Berlim; é difícil transpor as paredes que ao longo do tempo erguemos à nossa volta (no final de contas, servem de proteção, certo?). Mas se não começar por algum lado, e procurar deixar fluir o que me está preso no coração - na alma, na mente, no coração, e, por fim, nos meus dedos - então, vou sempre sentir que estou prestes a explodir.
 O dia em que decidi não guardar apenas para mim as histórias que vivi ou presenciei, foi o dia em que me decidi sentar e partilhar. E muito do que se passou teve o seu início quando...
O meu olhar cruzou com o Teu. Senti que Tu... eras alguém que tinha cruzado a minha vida por algum motivo, que irei apelidar de Motivo Maior. Sempre fui - não, deixem-me reformular- sempre me considerei uma Mulher com objetivos bem definidos e ideais bem delineados. Movi mundos e fundos, com o intuito de fazer aquilo que me deixava orgulhosa de mim mesma (ou será que procurava a aceitação dos que me rodeavam?). Porém, naquele milésimo de segundo em que o meu olhar, vago, cruzou o teu, descontraído, senti que tinha mudado de direção.
Sabes quando um cometa segue uma rota bem definida e por ação da gravidade de outro corpo celeste acaba por mudar de trajetória? Sim, foi isso que aconteceu.

Eu era o cometa; tu eras o planeta; e mudaste a minha trajetória.



Rita Leão, 23 outubro 2016
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